CINEMA À QUARTA
Depois deste primeiro ciclo de cinema no Teatro Virgínia, promovido pelo Cine-clube de Torres Novas, não posso deixar de manifestar aqui o meu agrado pela óptima programação elaborada.
Numa localidade onde uma sala de cinema fechou para dar lugar a um pseudo cinema com várias salas que não valem por uma, onde a cultura do lazer foi subjugada à cultura do consumo puro e duro e as caras dos empregados displicentes e mal dispostos nos dão as boas vindas, as noites de quarta surgem como uma lufada de ar fresco.
Dos bons filmes que passaram pela tela, destacam-se 'Amor e Vacas' e 'Um tempo para cavalos bêbados', filmes que nunca tinha conseguido ver mas que muito me agradaram.
Gostei de 'Amor e Vacas' pela surpreendente abordagem das relações, dos medos, dos vícios e das prioridades, com uma estética fascinante, que confere a toda a experiência uma sensação de deslumbramento não obstante a vulgaridade da trama.
Amor e vacas, de Harry Sinclair. (Nova Zelândia, 2000)
'Um tempo para cavalos bêbados' é um filme cru, mostra factos sem melodramas. Com uma fotografia bonita persegue a sobrevivência de crianças curdas expostas a uma assumpção de responsabilidades que nós como crianças com infância só enfrentamos muito mais tarde na vida. Vale por tudo; pela história, pelos sons e pelas imagens que ainda retenho na memória.
Um tempo para cavalos bêbados, de Bahman Ghobadi. (Irão, 2001)
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