LABIRINTOS VASCULARES
Adélia procurava no meio do ar denso aquele pedaço de memória que há tempos a havia abandonado. Perante outras ousadas lembranças, teimava em procurar de forma mais obstinada todos aqueles indícios de outras viagens e de outros lugares.
Calcorreava aquele labirinto vascular, tocava ao de leve nas paredes na vã esperança de que estas lhe transmitissem, sob a forma de pequenos pulsares, todas as coisas que precisava descobrir. Sabia que algures naquele rendilhado ventricular estava um pequeno ninho fofo, aquele espaço oco de presente mas repleto de vivências.
Puxou um último tecido para cima, encostou os ombros à última parede e entrou na alcova enegrecida de sombras convidativas. Ia deixar cair os tecidos sobre a entrada, esquecer o percurso doloroso da busca e deixar-se cair nos braços de Simão.
3 Comments:
Já estive lá dentro...
deve ser crazzyyyyy........
Essa cena esteve no CCB...
Um verdadeiro mundo colorido e luminoso, labiríntico e encantador.. quente.
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