quinta-feira, abril 27, 2006

XX - MARCAR AS FOTOS

Pelo vigésimo sexto aniversário dos Encontros de Fotografia encontra-se em exposição no
CAV - Centro de Artes Visuais de Coimbra a exposição
uma retrospectiva da fotografia do e no feminino do século passado.
Pela primeira vez vi alguns originais de fotografias que, há muito, costumo ver por entre páginas impressas.
É sempre bom ir ao CAV, mas é especialmente melhor quando tem uma exposição nova para mostrar.

Nobuyochi Araki, s/ título (da série Diário Intímo), 1997.

FUMIGAÇÃO

Escondeu-se o Sol, as formigas espreguiçaram as suas muitas patinhas e saíram do formigueiro de forma ordeira.
Ao sinal da formiga mor formaram uma grande coluna e atacaram a nuvem de açúcar que por ali passava no momento.

quarta-feira, abril 26, 2006

ALMADA, 5/6 DE MAIO



sábado, abril 22, 2006

OLHAR...

Não se conheciam, o senhor velhote aproximou-se e pediu licença para se sentar, o rapaz aquiesceu. Permaneceram ambos muito tempo a observar a rua, para um lado e para o outro,não trocaram mais palavras.
Ficaram só assim a tentar não cruzar o olhar.

Num dos esporádicos regressos para lanchar na Toledo...

OLHAR MIRÓ!

Só para relembrar, nesta semana em que se viu mais referências a Miró do que de costume, que no país vizinho se levam os meninos desde pequeninos a museus de arte moderna e contemporânea para ver, copiar, colorir, apreciar e opinar acerca das mais variadas obras e estilos de arte. É excelente a sensação de ouvir crianças de 6 ou 7 anos a discutir o que é que aquilo quererá dizer...

Crianças a colorir desenhos de Miró e a observar as suas obras com óculos 3D no Reina Sofia.

ROCOCÓ EM VIDRO E ACRÍLICO

Exposição no Palacio de Cristal, Madrid.

segunda-feira, abril 17, 2006

CORTAR LÍRIOS A CONTRA LUZ

Leaf-cutter ant (Acromyrmex sp.) cutting lily petal, by Dan Perlman.

quarta-feira, abril 12, 2006

ADEUS, MINHA CONCUBINA

Adeus minha concubina, de Chen Kaige, é um épico chinês que abrange meio século da história deste país. A trama desenvolve-se entre dois elementos da Ópera de Pequim, enquanto jovens aprendizes e mais tarde enquanto conceituadas estrelas dessa companhia.

Paralelamente ao drama pessoal dos envolvimentos românticos, hetero e homossexuais, correpondidos ou não, desenvolve-se um período complexo de transição do regime político chinês. Foi o primeiro filme que vi a abordar tão abertamente a face negra da Revolução Cultural Chinesa.

Com o início desta Revolução Cultural assiste-se ao sossobrar de uma cultura milenar que dá lugar ao pragmatismo do proletariado em detrimento de todas as artes clásicas e tradicionais e, consequentemente, das pessoas que as representam.

O que é belo, a sua queda, o drama da mudança e a arbitrariedade de quem governa, faz deste filme um dos meus filmes preferidos de sempre. A óptima realização e uma soberba fotografia transformaram-no num filme luxuriante de cores e formas.

Ba wang bie ji, de Chen Kaige , China / HongKong, 1993.

segunda-feira, abril 10, 2006

D'AIRE

Quando li este momento do Carlos lembrei-me
da serra cujo perfil é anil...

Serra de Aire

quinta-feira, abril 06, 2006

SE A TERRA PUDESSE VOAR, AONDE IRIA PARAR?

O TAGV recebeu mais uma vez JP Simões para apresentar o que vai ser o seu próximo trabalho 'Canções de um Jovem Cão'.
Disse ele numa entrevista - 'O afecto é uma coisa muito livre, pousa onde calha' - e esta é uma excelente expressão para dizer que mesmo não apreciando por aí além o som da guitarra trauteante, gosto imensamente de ouvir as suas short stories com uma melodia por trás. Gosto dos seus concertos trovadorescos, quando dedilha emoções como se de uma marioneta se tratasse enquanto vai pisando as cordas e ritmando a acção.
Fico sempre muito bem disposta depois de ver este displicente senhor em palco.

JP Simões no TAGV.

terça-feira, abril 04, 2006

O CÉU GIRA

Estavam cerca de 8 pessoas na sala, algumas a mais do que já começa a ser usual no Avenida. Não fosse a barulhenta menina na conversa e estaria formada uma plateia silenciosa, começou o escurecer das luzes, estava o fresco inicial de uma sala ampla.


Começou o filme, chegámos a Aldealseñor, uma aldeia de Soria, assistimos às vidas pachorrentas de quem já entrou numa espera crepuscular. Os dias sucederam-se ao ritmo do Sol que surge para se pôr mais à tardinha, com as longas sonecas dos cães e as sestas à sombra que cada um consegue fazer entre as várias tarefas que fazem uma aldeia pequena funcionar. Vemos o rebanho a passar ainda não está a neblina da manhã dissipada, acompanhamos a conversa de ocasião sobre todos os assuntos que são notícia...


Nasce entretanto um novo conjunto de moinhos, as grandes torres eólicas vêem-se para além da linha que traça o cocuruto do monte e o palácio que ponteia a aldeia transforma-se numa casa de turismo de habitação...
O tempo passou desde as pegadas de dinossauros, aos castros ibéricos, à aldeia de pedra e aldeões sorridentes, até aos tubos isolados que ligam as torres dos aero-geradores à corrente... o tempo começou num quadro com meninos a apontar o rio, o tempo acabou com a linha do horizonte sublinhada pelo pincel do pintor.

Saí com a sublime sensação de ter roubado a memória a alguém...

El Cielo Gira, de Mercedes Álvarez (Espanha, 2004).
Melhor Filme nos Festivais de Roterdão, Paris e Buenos Aires, onde ganhou também o Prémio da Crítica Internacional.