De Alejandro González Iñárritu vi 'Amor Cão', o primeiro da vaga de cinema sul americano que agora muito me agrada, o '21 gramas' e agora 'Babel'.
Babel é, para mim, um filme sobre mal entendidos, barreiras de comunicação, como na história bíblica, as muitas linguageens terminam no desentendimento e este por sua vez faz desabar a possibilidade de desenvolver uma obra comum.
É uma história onde se encontram quatro esferas civilizacionais, que muito ou pouco têm a ver umas com as outras. Civilizações diferentes com códigos de comunicação também diferentes e que, por vezes, com a mobilidade dos indivíduos são obrigadas a a conviver.
Parece-me que Babel é acerca desta convivência problemática, com acontecimentos casuísticos que obrigam a um segundo olhar sobre algumas questões. As barreiras de comunicação de que falo surgem transversalmente à questão civilizacional, pode ser física, pode ser cultural ou pode apenas ser toldada por uma miscelânea de sentimentos que atiram as personagens numa direcção e não noutra e fazem a trama escolher um sentido.
Não obstante a diversidade de paisagens percorridas todo o filme mantém um registo intimista, desbravando a maior parte do caminho que nos leva a criar empatia com as várias personagens. Entre o México e os Estados Unidos e o Japão e Marrocos encontramos famílias e os seus laços familiares, e personagens com as suas questões individuais.
Gostei do filme, foi um verdadeiro murro no estômago, com personagens dramáticas e divertidas a um só tom. Gostei especialmente do toque divertido de Chieko (Rinko Kikuchi) que penso que vai aparecer nas telas mais vezes nos próximos tempos.