CRÓNICAS DE INVERNO
Santiago esperava pelo autocarro, estava transido de frio dentro do seu pesado sobretudo. As pessoas que o acompanhavam na paragem mantinham o ar absorto de todos os dias, olhavam displicentemente a rua e inquietavam-se com este ou aquele barulho mais inusitado.
O que mais lhe custava eram aquelas primeiras horas do dia, aquelas em que ainda não tinha despertado mas durante as quais se permitia a execução de tarefas rotineiras para dormir mais um bocado enquanto estava acordado.
Pensava na vida enquanto o autocarro não chegava, ponderava sobre o dia e sentia-se parte do rebanho, se o autocarro chegasse entretanto saltava rapidamente para fora do seu sonho abstracto e iniciava o dia como se calçasse as pantufas depois de saltar da cama.
Ana Sofia
1 Comments:
:)
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