TRUZ, TRUZ!!!!
[acto ou efeito de instalar ou de se instalar] [acção de colocar no seu lugar os diferentes objectos]
Depois da longa viagem continuou sem conseguir perceber de onde saíam aquelas imagens magníficas! Ouvia o schkk schkkk, o tric, o vzzzttt.... mas cores, formas e luz, nada!
Ía continuar a observar aquele artefacto tão negro de onde saíam elementos insignificantes, mas que mais tarde reluziam aos olhos de todos, contando ao mundo o que intimamente uns olhos viram e sentiram através da objectiva.
Mais tarde os seus olhos, já habituados ao giz, às letras e aos númeors, com os olhos instrumentalizados para a leitura e a mente adepta do cálculo, começavam a fundir-se naqueles tons monocromáticos, começavam a descer calmamente a rua, e a subi-la penosamente no regresso, começavam a preferir uma cor, deixavam para trás as questiúnculas do jogo do elástico ou as rixas da linha da baliza...
Tingiam-se individualmente na superfície vítrea do espelho, os papos de choro pueril tornaram-se olheiras cinzentas de cansaço...
As pequenas minudências que os transformavam em seres com pensamentos intangíveis, desapareciam perante sólidas questões que os perseguiam rua acima, rua abaixo, rua acima, rua abaixo...
Beige, amarillo y púrpura, Mark Rothko, 1956.