LARGADA
Emília deixou-se levar pelas convicções e saiu mal humorada daquela entrevista estéril.
Ao virar a esquina percebeu que se calhar estaria a ser infantil e que, mesmo que nunca resultasse em nada, deveria ter concluído aquele ritual de passagem.
Calcorreou as ruas em direcção à faculdade, pensava no que diria aos colegas que a esperavam ansiosos sentados em volta de uma mesa do bar.
Subitamente sentiu-se incapaz de falar, decidiu que não queria falar do assunto e que dissecá-lo estava fora de questão.
Deu por si à porta de casa, hesitou por um nano-segundo e meteu a chave à porta, entrou.
Subiu as escadas a correr, olhou para trás, por hoje encerrava o dia, amanhã desceria as escadas outra vez e começaria uma nova etapa.
3 Comments:
hmmm. interessante. é autobiográfico?
não, não é autobiográfico...
é uma acção possível,com momentos que acontecem a todos, mas que não existiu...
é que é uma situação tão específica (embora tão fácil de acontecer, bem sei) que o José pensou 'bem, para a pequena andar a escrever sobre isto deve ter-lhe acontecido!', mas não, é apenas nova demonstração de um potencial criativo infinito! :) *
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